Escrevo este texto
arrastando os dedos pelos teclados. Embora minha experiência atleticana,
bastante insegura, já venha me assombrando há tempos, o espírito daquele que
manda o vento e o resto do mundo pra puta-quil-paril conservou esperança neste
título! Claro, não preciso dizer que o vento engoliu minha esperança sem dó,
nem piedade!
Como eu sempre temia, e
isso também faz parte de meu espírito atleticano – velho e calejado -, o Galo
não teve força para ser campeão. Essa força, que viria do banco de reservas,
foi mal dimensionada pelo Cuca e, acreditando que era suficiente, mostrou-se
inexistente.
Dentre os fatores que
justificam essa decepção, ordeno, em ordem de interferência, os principais fatores:
1 – Favorecimento
exacerbado ao Florminense, ou seja, a famosa CBFlu;
2 – Fraqueza do elenco,
que está concentrado em apenas 1 jogador: Ronaldinho Gaúcho;
3 – Sorte de campeão.
Sei que esta ordem pode
parecer choradeira, e concordo com muitos que pensam nos vários jogos que
vacilamos. Vamos lá: Bahia, Atletico-go, Marias, Ponte Preta, Bahia de novo,
Portuguesa, Flamengo e Coritiba. Quantos jogos destes desperdiçamos gols
feitos, ou estávamos ganhando e cedemos no final o empate? Quantos jogos
efetivamente nosso banco de reservas entrou e mudou o resultado? Pelo que me
consta foram 3: Figueirense e Botafogo, no 1º turno e Sport, no 2°. Pouco,
muito pouco! Resta concluir a inutilidade de nosso banco, e considerando que,
se os caras não jogam em um time arrumado, e nem correspondem quando o time mais
precisa, só nos resta exigir o adeus de alguns deles, dentre os quais Guilherme,
Escudero e Berola.
Porém, sob o descrito
acima, temos que questionar algumas coisas:
- É possível um time ser
100% equilibrado em todo o campeonato?
Definitivamente não! Ao
mesmo tempo em que não podemos ser complacentes com os reiterados vacilos, não
podemos ser rigorosos ao ponto de não tolerar erros.
Tivesse o Florminense não
ter sido ajudado, ele teria perdido pontos certamente contra Figueirense,
Vasco, Náutico, Botafogo, Bahia e Ponte Preta. Ou seja, o Flu também vacilou,
mas foi coincidentemente favorecido na maioria deles. Caso contrário, teria o
mesmo ou menos pontos que nós!
- É possível o time
superar seus defeitos, a ponto de buscar a vitória, quando o juiz está
visivelmente te prejudicando?
Nem sempre! Uma vez que o
Galo está sendo minado cirurgicamente, jogo a jogo, tanto dentro de campo,
quanto nos órgãos reguladores, é coerente cobrar motivação e superação acima do
possível de seus jogadores, num campeonato tão longo?
Essa motivação seria
tamanha que superasse, por tantos jogos, suas limitações?
Fosse o Florminense o
prejudicado, será que seus jogadores reagiriam melhor que os do Atlético?
Dito isso, conclui-se que
nem o Galo foi tão mal, nem o Fluminense foi tão bem! De qualquer maneira, não
há como cobrar dos jogadores atleticanos a mesma determinação e força de
vontade de um time que sabe que a vitória vai cair do céu, vinda de apito!
Enquanto um time vai murchando, o outro vai se enchendo de autoconfiança!
Não podemos também deixar
de reconhecer a eficácia de seu centroavante! Caso Jô fosse certeiro, no nível
do Fred, talvez não estaríamos chorando neste momento, mesmo com o apito amigo!
Realmente não há como
saber se o que detonou o Galo foi a fraqueza do elenco ou as polêmicas
arbitragens. A única coisa de concreto a dizer é que o plantel não foi forte
para superar todas as adversidades, e por isso a necessidade de alterações.
Aliás, claramente vislumbramos deficiências, pois o time está totalmente
dependente do Ronaldinho, e o ataque deve ser bem reforçado.
Por ultimo, faltou a sorte
de campeão!
Enquanto carimbávamos a trave
2 vezes contra o Flamerda, o Flu, aos trancos e barrancos, venceu esse time. Foi
assim o campeonato todo! Quanto a isso, não há o que fazer, e só nos resta
lamentar!
Agora, é terminar o ano
humilhando as Marias e garantindo a Libertas. Ano que vem, anseio por um elenco
forte, com jogadores de personalidade. Rezo por um título expressivo, e isso implica
necessariamente uma GUILHOTINA nos mandatários do STJD, e CBF.
Literalmente!
Assim como o vento: sem dó, nem
piedade!